O presidente argentino Alberto Fernández chegou a ser festejado como um dos melhores exemplos do mundo no combate ao novo coronavírus em seu país. Comparado ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro e ao americano Donald Trump, Fernández fora apresentado como modelo a seguir. Uma das razões mais reluzentes seria o lockdown pesado (e prematuro) que ele impôs o país em março.
O modelo parecia funcionar, mas em junho, a curva de casos começou a empinar e com ela a de mortes. Na segunda semana de agosto, o número de mortes por grupo de um milhão de pessoas já era maior na Argentina que o registrado nos Estados Unidos.
No dia 26 de agosto, a proporção de mortes 1 milhão de mortes ultrapassou a do Brasil.
O país que estava à beira do abismo econômico apostou a saúde de sua economia na sobrevivência. A popularidade de Fernández atingiu níveis recordes. Mas o fracasso da estratégia o levou às cordas.
A Argentina quebrou com o lockdown e as vidas podem não ter sido salvas. No país há um profundo desalento entre aqueles que se sentiram protegidos e agora percebem que ao custo de empresas fechadas e picos de desemprego, o crescimento do número de mortes apenas foi adiado.